Foi um “déjeuner sur l’herbe” por terras ribatejanas.
Vimos cavalos castanhos, brancos e curiosos, verde e azul a perder de vista e quintas aperaltadas, em resguardo. Metíamos por caminhos de terra batida à procura de um sítio para poisar, quando reparávamos, desconsolados, nas vedações que cobriam os lugares.
Valeu-nos Santo Estêvão e um baldio livre de cercas, onde um riacho turvo, mas inodoro, corria sem pressas. Estendemos a toalha sobre ervas e formigas e petiscámos o que a minha parca imaginação gastronómica elaborou. Depois torrámos ao sol, em silêncio e em paz. O Carnaval da terra estragou-nos o embalo. Fizemos a trouxa e zarpámos.
Vimo-nos mais tarde debaixo de um sobreiro (seria?), resguardados, a saborear um chocolate e um amor, com carros a passar em velocidade, a 500 metros dali. “Que se lixe”, pensava, “se imaginar, até parece o som do mar…”
Vou buscar o Almeida Garrett, outro que andou por aquelas bandas. Em meados do século XIX era assim que ele sentia o Ribatejo: “… não há ali nada grandioso nem sublime, mas há uma como simetria de cores, de sons, de disposições em tudo quanto se vê e se sente, que não parece senão que a paz, a saúde, o sossego do espírito e o repouso do coração devem viver ali, reinar ali um reinado de amor e benevolência.”
Obrigada, L.
Vimos cavalos castanhos, brancos e curiosos, verde e azul a perder de vista e quintas aperaltadas, em resguardo. Metíamos por caminhos de terra batida à procura de um sítio para poisar, quando reparávamos, desconsolados, nas vedações que cobriam os lugares.
Valeu-nos Santo Estêvão e um baldio livre de cercas, onde um riacho turvo, mas inodoro, corria sem pressas. Estendemos a toalha sobre ervas e formigas e petiscámos o que a minha parca imaginação gastronómica elaborou. Depois torrámos ao sol, em silêncio e em paz. O Carnaval da terra estragou-nos o embalo. Fizemos a trouxa e zarpámos.
Vimo-nos mais tarde debaixo de um sobreiro (seria?), resguardados, a saborear um chocolate e um amor, com carros a passar em velocidade, a 500 metros dali. “Que se lixe”, pensava, “se imaginar, até parece o som do mar…”
Vou buscar o Almeida Garrett, outro que andou por aquelas bandas. Em meados do século XIX era assim que ele sentia o Ribatejo: “… não há ali nada grandioso nem sublime, mas há uma como simetria de cores, de sons, de disposições em tudo quanto se vê e se sente, que não parece senão que a paz, a saúde, o sossego do espírito e o repouso do coração devem viver ali, reinar ali um reinado de amor e benevolência.”
Obrigada, L.
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