terça-feira, 30 de junho de 2009

Killed

Word

KHAQQ calling Itasca. We must be on you but cannot see you. Gas is running low.

Emily

segunda-feira, 29 de junho de 2009

"- E gosto de ver quando fala. Parece um ribeirinho a rumorejar."
Turguéniev

sexta-feira, 26 de junho de 2009

M'espanto às vezes, outras m'avergonho

Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho,
e vejo o que não vi nunca, nem cri
que houvesse cá, recolhe-se a alma a si
e vou tresvaliando, como em sonho.

Isto passado, quando me desponho,
e me quero afirmar se foi assi,
pasmado e duvidoso do que vi,
m'espanto às vezes, outras m'avergonho.

Que, tornando ante vós, senhora, tal,
Quando m'era mister tant' outr' ajuda,
de que me valerei, se alma não val?

Esperando por ela que me acuda,
e não me acode, e está cuidando em al,
afronta o coração, a língua é muda.

Sá de Miranda

quinta-feira, 25 de junho de 2009

PT + TVI

Relativamente ao assunto do título, mais uma vez, a Manuela Ferreira Leite demonstra a sua FALTA DE COMPETÊNCIA.

O Estado tem uma golden share de 500 acções tipo A na PT porque na altura em que essa empresa foi formada, através da fusão de uma sériede empresas, ficou com uma posição de monopolista, e entendeu-se que o Estado devia manter uma posição na empresa que a impedisse, se necessário, de ter actividades anticoncorrenciais.
Lendo os estatutos da PT, chega-se à conclusão que é bem possível que a administração da PT tivesse iniciado contactos para a aquisição de 30% da Media Capital sem pedir licença ao accionista Estado. Como é possível que não tenha participado ainda a nenhum outro accionista.
O artigo terceiro nº1 dos estatutos diz que “a sociedade tem por objecto a gestão de participações sociais noutras sociedades” e o nº2 do mesmo artigo acrescenta que “a sociedade pode, sem restrições, adquirir ou deter quotas ou acções de quaisquer sociedades”… Sendo certo que, conforme reza o artigo 14º nº2 deliberações desse tipo “não serão aprovadas contra maioria dos votos correspondentes às acções de categoria A”(as tais golden shares detidas pelo Estado), mas isso não implica que o Estado tenha de acompanhar a par e passo todas as iniciativas da administração da PT, apenas tem de as aprovar no final, votando com todos os outros accionistas em Assembleia Geral.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

30 minutos de mestre

Cruzei-me de novo com palavras ditas por Adriano Moreira (as escritas ficarão para mais tarde...), depois de ter ouvido o violoncelo de Maria José Falcão a espalhar Bach pela sala, a um metro de distância. Falava-se de mestres, daqueles que nos marcam para a vida. Adriano Moreira só recorda um, Rocha Saraiva, que dava aulas de 30 minutos, nem mais nem menos, e que eram de estalo. Pois um dia os alunos, incluindo o Adriano, interpelaram o professor, dizendo que meia hora era pouco para aulas tão boas, veja lá se nos dá mais uns minutinhos. E Rocha Saraiva responde, lapidar: "Oh, meus filhos! O que não se explica em meia hora é inexplicável." De mestre.

Dolls

Ragdoll
Paperdoll
My doll
Is the best doll
of them all

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Boink

Ora deixa cá ver.. um filme de animação sobre bonecos de trapos num mundo apocaliptico dominado por máquinas negras? IM LOVING IT!!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Não nos estraguem Monsanto

Atentado do Governo contra o Parque de Monsanto

O Governo acaba de perpetrar um atentado contra o Parque de Monsanto. Foi hoje publicada em Diário da República a Resolução do Conselho de Ministros nº51/2009, que suspende parcialmente o PDM de Lisboa a fim de permitir a construção, dentro do Parque de Monsanto, de uma subestação da Rede Nacional de Transporte (REN) de Electricidade. A área de implantação é de 5.305 m2.

O Governo não quis saber dos apelos dos movimentos cívicos, como a Plataforma por Monsanto, que já tinha alertado para este atentado em comunicado de 11 de Maio. Pior ainda, ignorou o parecer desfavorável da Câmara Municipal de Lisboa que, convidada a pronunciar-se sobre esta proposta, a chumbou por maioria em 20 de Maio.

O Parque de Monsanto é o maior pulmão verde de Lisboa. Não pode ser retalhado por alegado “interesse regional e nacional” quando há outras alternativas de localização da referida sub-estação. Os estudos ambientais em que o Governo se baseou são estudos internos realizados a pedido da REN em 2005 e não obedecem às exigências de participação e transparência dos processos de avaliação de impacto ambiental à luz da legislação portuguesa.

Esta decisão autoritária do Governo não é apenas um atentado ambiental. É uma ofensa aos valores do poder local e da própria cidadania. O movimento Cidadãos por Lisboa denuncia este acto prepotente do Governo e apela aos cidadãos para exigirem da Assembleia da República uma tomada de posição perante esta decisão.

Lisboa, 17 de Junho

O Movimento Cidadãos por Lisboa

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Os verdadeiros pombinhos

Espreito pela janela da redacção e vejo no canteiro da varanda do lado um monte de pauzinhos onde se instala uma pomba de olho arregalado e vermelho. Há uns dias, estavam lá dois ovos, que ela aquecia. Quando esticava o meu pescoço de mansinho e de esquina, para não a assustar, encontrava aquela cabecita de pomba e aquele olho vermelho e arregalado. A pomba não se mexia. Fitava. E eu recuava. Entretanto, os pombinhos saíram da casca, mas isso já não vi. Ainda lá estão, os dois pombinhos, húmidos e de olhos fechados, que parecem quatro bolas de chumbo, do tamanho de ervilhas. A pomba, quando lá está, ainda me fita com o seu olho vermelho e arregalado, a perguntar: "Nunca viste?"

terça-feira, 16 de junho de 2009

Zeitgeist

O sorriso de um estranho
O abraço de um amigo
A atenção de uma amante
São às vezes tudo o que nos separa
De um poço negro
Cheio de futuros sem sentido, sem significado e pior ainda
Cheio de futuros que nunca o serão

sexta-feira, 12 de junho de 2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Diário de uma eleição

Ora dia Seis fiz anitos, pelo que dormi duas horas antes de me apresentar na Mesa 23 de Rio de Mouro. Teoricamente devia ter sido o Vice Presidente, cargo que é reconhecido pela sua relativa inutilidade, mas como já sabia que ia estar um caco em termos físicos, pedi especificamente para me ser concedida a dúbia honra de ser um inútil durante a minha estadia na mesa.
O tiro saiu-me pela culatra, dado que a Presidente teve um acidente, e não pode aparecer. Lá fui eu promovido, isto com duas horas de Sono.
Ah, e a mesa é constituída logo às 07.00 da manhã. Felizmente a secretária era uma militante do BE, altamente burocrática, que de forma muito alegre se agarrou à papelada e me deixou em paz a tagarelar com duas senhoras muito simpáticas (e gordinhas, assim como a secretária!), mãe e filha, enviadas pela Câmara.
E pronto, lá começaram as eleições… cometi uma pequena irregularidade ao deixar uma senhora votar antes das 08.00, mas a senhora estava com pressa e eu sou bonzinho e ninguém se opôs (a militante do BE ia mandando uns pasteis, especialmente com o facto de eu não desconfiar de velhotes com fotocopias do seu BI, e os deixar votar, mas pronto).
Descobri a forma perfeita de ser adorado por todas as velhotas: Basta apenas trata-las por “menina”! Por momentos temi que se estivesse a formar uma legião de fãs octogenárias lá fora, mas não se verificou o caso.
E pronto. Lá se passou o dia. Depois foi contar os votos, ir entrega-los à junta (tem um monte de formalidades inerentes), e ainda recebi os meus 76€ pelo trabalho (e tenho em conta que trabalhei praticamente 11 horas, com meia hora de intervalo, até é uma jorna baixa).

Ora o resultado, que na minha mesa, na minha freguesia e concelho foram igualmente favoráveis ao PS, foi logo dissecado ao milímetro. Fui apenas casa jantar em cinco minutos, e fui logo para a Secção do PS. Pronto, já sabia o resultado, c’est l avie – já levamos o cartão vermelho, catita - passamos o tempo todo a olhar para os resultados de Rio de Mouro mesa à mesa (em regra favoráveis para o PS), e a começar a tirar elações para as autárquicas. Pronto, lá teremos nós de nos aliar ao BE….

As conclusões que se tiram das Europeias são as que se tiram dos cabeçalhos dos jornais, com mais algumas: Agora o PS está assustado com as sondagens, não irá descansar, ficará mais alerto. A máquina praticamente não mexeu, e o Sócrates também não fez nada de jeito.
As autárquicas é que irão verdadeiramente decidir as legislativas

E pronto

Dahhhh
PS: Ontem o Rangel acusou o Socrates de “se esquivar aos seus deveres de ministro” para fazer campanha. Estava a falar do facto do Primeiro Ministro se ter escapado a um debate quinzenal na AR. Ora o Sócrates é o Ministro da República que mais debates parlamentares fez na AR desde o 25 de Abril. Parece isto justo?

sábado, 6 de junho de 2009

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Arctic Sunrise

Por vezes não podemos ajudar as pessoas que gostamos
Não podemos salvar ninguém
Só nos podemos salvar a nós
E as vezes, nem isso.

Estas palavras são talvez, tristes. Mas são verdade. Muito da nossa vida não é de facto triste, mas sim inevitável, nós apenas colocamos o título de "triste" porque não somos capazes de enfrentar a realidade que o Sol, nasce para todos nós, mas uns são cegos de nascença, a outros são vazados os olhos, e outros, com o tempo, irão perder a visão.
De facto, é inevitável que o Sol irá nascer.

terça-feira, 2 de junho de 2009

O meu colégio

O meu colégio festejou 50 anos este Sábado. Foi naquela grande casa que passei toda a infância e parte da adolescência. Tinha de estar naquela festa. O sol derretia-se sobre as mesas redondas do almoço.
Em gincana, eu e a minha amiga Maria deambulávamos pelo nosso recreio, que nos parecia enorme aos 7 anos de idade, e fixávamos as caras naquele emaranhado de gerações: encontrámos "as da turma C!" com as mesmas expressões que lhes conhecíamos. Nós éramos da turma A, mas reencontrámo-nos como amigas.
Havia as cinquentonas, algumas já pesadas, que se agarravam de olhos humedecidos às suas velhas professoras. Gostei de ver tantos sorrisos e tanta emoção. Também a senti. Logo que entrei e me dei conta de que aqueles corredores intermináveis e de que aqueles tectos altos eram afinal tão menos intermináveis e altos como os tinha julgado. Lá estavam os azulejos cheios de flores de corolas amarelas e de animais azuis e brancos que nos serviam de jogo nos recreios, a ver quem encontrava primeiro o par e a lambuzarmos as paredes com as nossas manitas.
Havia peregrinações às tomadas eléctricas nos corredores para ouvirmos alegremente cassetes de Onda Choc, Michael Jackson ou Madonna.
Havia "o estudo", esse lugar de silêncios impostos por uma freira vigilante, que cheirava a borrachas verdes esfareladas e a lápis de cera. Lembro-me da voz no altifalante que dizia o meu nome e do frenesim com que se arrumava a mala.
Encontrei algumas amigas para a vida: como a Maria, que partilhou comigo, no final de um ano, o que restava do chocolate em pó que ela levava para adoçar o leite dos lanches. Levar chocolate era do outro mundo. Eu bebia o meu com açúcar, nem sei como, e consolava-me com pão barrado com margarina Planta, o lanche típico do meu colégio; como a Rita, que nos animava nos recreios com a banda-desenhada que ela fazia, em vários episódios, e onde a heroína era a Barbie. E tudo tão bem escrito e tão bem desenhado, pintado com lápis de cor no caderno escolar. Eu era a teatreira. Nas festas, vestia-me de pastora ou de anjo e lá declamava as cantigas de amigo de D. Dinis ou tiradas de Gil Vicente.
Já crescida, via-me agora no centro do recreio a procurar as minhas professoras: a originalíssima professora de História, que nos falava de tudo, com paixão e sem método, enquanto pintava os lábios. Foi uma das melhores professoras que conheci, de uma cultura e entusiasmo inesgotáveis; a professora de ginástica, que nos ameaçava com "sopapos", de cabelos brancos encaracolados e de olho azul chispante, como sempre a conheci; a professora de Inglês, que me parecia altíssima e que levava para as aulas recortes e curiosidades inglesas que nos encantavam. Se nos portávamos mal, guardava esses tesouros no saco, com um amuo. E lá estavam elas, iguais, a receberem abraços sucessivos das raparigas que lhes passaram pelas mãos ao longo de tantos anos.
São tantas as memórias que tenho do meu colégio. É bom saber que aquela casa me habita.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Bruacc!


Este é para ti
Não será, certamente
A melhor criação da minha existência
Não
Mas a melhor será certamente para ti
Até lá, tenho estas palavras
Para ti. Escritas de olhos fechados
A pensar no teu rosto

Metade do meu lago
Não, do nosso lago, onde bate sempre sol, e o ar está sempre fresco, onde há livros e sons e imagens e relva onde podemos rolar

Mudas-me os pronomes
Mudas-me os ares
E o ritmo do coração
Fazes-me sorrir
E descansar

Pillar of Dawn

Um amigo veio falar comigo
Banalidades
E eu amei-o!
Como se ama um amigo que sorri para nós
Como se gosta de um amigo que combate ao nosso lado
E que honra é, podermos sofrer por ele
E que dor é, não podermos sofrer mais por ele
Ah meus amigos
Tornam este mundo suportável
E nunca parem a música

Mr book

I cant hear my heart beat
Does that mean i'm dead?
My head is so heavy, does that mean I'm dead?
Oh wait
My head is just so light it bounces
Back and fourth
It isnt heavy
Its loose
I have no head
Just as I have no spirit
But ill tell you what I have
I have two hands that write all by themselves
I dont need a head, cut it out!
What is it good for? To see wars, listen nonsence, to keep itself silent when old men ask "could ye spare a change"? To cry, perhaps? Or perhaps to be broken, a head is good for that. To smell the burning forests, oh god poor trees when they burn, i hurt so much
It hurts to see a tree burn
I dont need a head to see a tree burn
And i dont need a face were my tears flow
Ill just have my hands

River

Very very very fast
So slow
The singing of the grasshopper
Rising
A grasshopper can jump high
In the fields
You can lay your back and listen to them
As I sit here, I know that a plane as fallen, and people have died and i wonder, couldn't a grasshopper have jumped to the ocean and save them all, and i know that, that is silly, to wait for a dream or a miracle.
There are no miracles
People have died
People will die
I am here
I'll lay down in the fields
And listen to the grasshoppers

bird strike

Nas ruas onde andei
Haviam carros
Gente atarefada e sempre apressada
Lojas e cores
Mas onde eu andei
Voava um pássaro
Não se assustava, chilreava e cantava
Uma canção que o barulho dos carros e das gentes e das lojas calava
Mas não para mim
Os pássaros cantam para mim
Quentes e a voar eles cantam para mim
E dizem-me
"vem voar connosco"
E de boca aberta
Eu vou voando
Até ao fim da sua melodia

Piano Poet

Já alguma vez estragaram um momento?
Assim como...
Este
Desviaram o olhar do moribundo
E viram-lhe o corpo
Seco, a definhar
E todas as memórias da sua juventude esmagam-vos
Com uma alegria perdida
E pior que isso, não prolongada
Porque estragamos momentos
Com música triste
E depois de tristes, temos de olhar para o moribundo
E lembrarmo-nos da alegria

Spoils

Prometi-lhe uma flor para o cabelo
Uma que lhe ficasse bem
Para olhar para a flor
Haviam cem
Não, duzentos
Rebentos de margaridas, no mar
Menos um, que colhi para lhe dar
Já fecharam os vossos olhos para olhar para as estrelas?
Não há luzes no céu
E não tenho medo
Estamos sozinhos
Tenho frio
Mas não tenho medo
Tenho
Sons de fundo
E uma corda de piano
Onde enforquei a minha alma e os meus demónios
Juntos, retalhados, coitados
E agora sou um ser sem alma e sem demónios
Sem calor e já sem frio
E cada lágrima que cai do meu rosto de plástico já viu
Tantas batalhas
Nunca venci nenhuma
Então paguei o preço
E fiquei sem frio

Worm

Imagens
Um velho à procura de comida no lixo
Um pássaro coberto de petroleo
E se tivessemos mais tempo?
Um B24 Liberator, a asa a explodir
E pensamos que nada podemos fazer
E agora nada podemos fazer
Auschwitz e Nunca Mais
Mas depois toca o piano
Calmamente
E sabemos que
Pronto
Talvez deus exista para nos perdoar
Nós não nos podemos perdoar
Por aquilo que não fizemos
Mas sempre mais, por aquilo que fizemos

Deus Ex

E o sol batia no meu rosto
Enquanto ouvia o som do motor
O cheiro de diesel sempre me agradou
Não há esperança, já deitamos fogo ao mundo
Mas ainda há
Serenidade
E o doce calor do olhar de um amigo, do abraço de uma amante, e às vezes
Quando acordamos e sabemos que o dia será igual ao anterior
Podemos saber que há um futuro
Mesmo que
As cinzas no nosso cabelo nos lembrem
O que somos
às vezes pergunto-me se podia ter sido uma pessoa melhor se pudesse começar tudo outra vez
E olho para as estrelas
E sinto o vento
E consigo correr
Sem me mexer
Esta vontade que eu tenho
Esta vontade de acreditar em algo